sábado, 14 de janeiro de 2017

A piada levada a sério por um gênio midiático


Escrevi,  Marcelo Damasceno.



  O humorista e intelectual CHICO ANYSIO, refinado, como também cidadão comum, que fingia não compreender as sutilezas e maldades ao seu redor.

 Multiplicada sensatez e temperança para perceber  tudo a sério de uma invisível e desamparada multidão brasileira. Gente sem afeto ou sem conforto em inimagináveis situações. Ele foi cada um desses estereótipos da nossa gente. Um humorista angustiado em sua charge de carne e espírito.

  De biografia elegante a cada etapa e comportamento de gente noção ou pária da sarjeta que entendia bem.
Sua genialidade configurada na ESCOLINHA DO PROFESSOR RAIMUNDO. Infalível  para explicar essa sua atualíssimo e crítica piada. Chico foi da tevê mas, antes, escreveu em radiodifusão seu diafragma em grave ficção.

  Brilhava como barítono em ocasiões que lhes atraíam nos filmes que psicografada com dublagens tão perfeitas que lhe tornavam anónimo de si mesmo.

  Era sua Chico City em centenas de personagens pelo explícito defeito humano de cada um de nós. Chico Anysio transcendia no topo a descarada hipocrisia ou inevitável verdade humana. Os depoimentos a seu respeito são a unanimidade sábia. De ter noção de seu merecimento e erros. Como essa vida nossa que a tragédia faz rir muito. Essa alquimia brasileira de inventar o corrupto em motivo humorístico.

  A piada jurídica. A piada de salão. E do congresso parlamentar. Com sotaque. Chico era formado em direito. Talvez, um gesto de reverência ao Brasil com andares, de cima e de baixo. E um subsolo tolerante com essa farisaica esperteza de roubar publicanos. Inclusive a consciência. Que alguns optaram pela cauterização. A pilhar nossa moralidade torta. Essa piada com sentença de cada um. Que rouba e engana. Que sofre ou prefere parecer imbecil.

  E o Brasil entendia a prova oral da sala que ele consagrara para arrancar da piada a gargalhada mais séria. E que coube muito bem em seus recados por cada personagem que criou e deu voz própria, além de produzir a perpetuação das grosserias ou defeitos mais associados ao nosso caráter ou aptidão.

  Chico Anysio não deixou um clone, felizmente. Fez discípulos em manchetes. Distribuiu emprego e afago. Formatou o texto cirúrgico da piada com pimenta  e sal.

  Multiplicou e renovou até agora essa piada que muda de ator mas garante a o cinismo que somos. Nossa idiotice ou esperteza. Com chulo pedantismo para enrolar na conversa ou resumir o mundo numa palavra.

Em oportuno reconhecimento e dívida cultural bem como artística. E da sua densa audiência por Chico em muitos, a Rede Globo exibiu nessa tarde sábado, 02, a erudição com traje popular. O justo aplauso de pé ao brasileiro e multiplicado Chico Anysio.

  Desde o rádio, do Teatro e dos livros que valem o impecável raciocínio. E que nunca quis outra coisa senão ter seu nome na rotina popular. Ser amado pelos que até lhe odiaram de inveja. Chico soube ser essa alta corte de justiça com as próprias piadas das próprias mãos.

FOTOS.

NET DIVULGAÇÃO.

Humorista Chico Anysio

por #marcelodamascenoemdia

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