sábado, 14 de janeiro de 2017

A bancada evangélica reflete um novo debate político


Escrevi, Marcelo Damasceno.
             É repórter político



  Em meados dos anos 1960 na discretíssima Rua Souza Junior em Petrolina, "os crentes" não lotariam uma VAN alternativa. Eram nesta novidade na cidade a ensaiar forte economia industrial. Num imóvel alugado e dirigido por seu primeiro presbítero com ação pastoral, irmão Odilon, a igreja Assembléia de Deus. A intolerância religiosa de setores católicos mais ortodoxos, reforçava  o preconceito com pedradas e o estigma que esse diminuto povo pentecostal pelo volume da oração e cultos, eram os "bodes" incômodos.

  Do outro lado, simultaneamente a contida e tradicional igreja Batista integrava-se à rotina petrolinense. A avenida Souza Filho exibia a simplicidade dum belo templo protestante. A mesma doutrina neotestamentária sob paradigmas de interpretação e cultura,  diferentes.

  Triunfava uma fé multiplicada porta a porta do causticante sol dominical. Rejeitados mas insistentes e pacíficos, assembleianos e batistas em seu evangelismo com rigores das epístolas do apóstolo judeu, Paulo de Tarso. Evangelho dissonante e que atraía vagarosamente os primeiros evangélicos numa PETROLINA onde predominava o catolicismo de vínculo histórico com seu primeiro Bispo  Dom Malan. A cidade registrava explosão demográfica. Essa insistência evangélica pautava outra pregação, imune e avessa à discussão e organicidade político-partidária.

  A bíblia e oração  proganizaram nos púlpitos esse tempo todo. Algum convidado político, um governante presente ao culto batista ou pentecostal aboletava-se entre membros. E certa suspeição que era uma presença com fins eleitoreiros.

  O tempo passou e o novo milênio religioso  mudou o comportamento dos católicos e evangélicos em Petrolina. Competitivos e pragmáticos em congressos e seminários, esses "crentes" viraram milhares. Hoje, certamente chegam a um porcentual expressivo entre 300 mil habitantes da sertaneja Petrolina. A vocação política é ainda tratada com restrição entre os evangélicos mais desapegados e conformados com a orientação sapientíssima de Jesus Cristo, "simples como a pomba e prudentes como a serpente", resignam-se. Mas com a nacional constituinte em 1988 num Brasil de hegemonia católica, os evangélicos foram combinando corporativismo com espaço e competição cristã. Destacavam direitos que não poderiam sucumbir a quaisquer interesses de ordem social ou econômica.
Petrolina estava com seus  agora numerosos evangélicos. Trinta anos atrás a igreja universal do Reino de Deus instalava seu batalhão em três pilares atrativos de debate. As seitas africanas embaladas do candomblé, o catolicismo romano e ordem paulina. O Bispo Macedo em ousada radiodifusão e depois comprando a rede Record de TV. A bíblia como referência, essa terceira via evangélica hoje mantém expressivas bancadas em casas legislativas. Certamente, os evangélicos nesta verão calorento de 2017, não escondem o contentamento pelo foi revelado nas urnas. A eleição de PETROLINA e as urnas eletrônicas garantiram a representação desse contingente evangélico e com luz própria.

Da Assembléia de Deus, os c
vereadores eleitos Elias Passos Jardim e Osinaldo Souza abrem a caixa de textos bíblicos. A igreja Batista reafirma sua silenciosa mas engajada contribuição refazendo a caminhada do expediente vereador Ruy Wanderley. A força persistente da IURD surpreende com articulada campanha e eleição do pastor Alex de Jesus. Uma bancada com outro olhar do eleitor petrolinense. O zeloso e o barulhento povo da pregação que progride geometricamente. Quase 38 por cento da população em Petrolina são da fé evangélica conforme o viés praiano do evangelho onde tudo começou. Entre os rudes pescadores, Pedro, João e Thiago, de peixes, que Jesus convocara para nova  pesca. A grande pesca de homens e mulheres para colorir e cantar um novo Reino "que não é deste mundo", como disse o mestre de Nazareth.

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#marcelodamascenoemdia

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